São Paulo tarde chuvosa. Prenúncio de engarrafamentos, enchentes, buzinas, estresse, etc. Mas a chuva é também portadora de alegorias mais positivas. Uma oportunidade pra ver a cidade com outros olhos, ou até onde a cortina de água deixar. Dias para se tomar um café coado na hora, ou uma boa xícara de chá, se enrolar na coberta (de preferência bem acompanhado). Em suma a chuva e seu barulho incita ao ócio, ou a um ócio moderado.
Também vem destes dias o ato mais frequente de relembrar, seja, fatos de outrora ou de um passado mais recente. O que vou citar, por mais contraditório que pareça, aconteceu não por causa da chuva e do momento propício ao relembrar. Estava eu cá contando moedas e me lembrei da Vi ("Amor meu grande amor/ Não chegue na hora marcada"), não porque ela seja rica, ou algo que envolva questões monetárias... O contar moedas me lembrou da lata com moedas que ela guarda lá em São Carlos... Aos gananciosos eu vou logo falando esqueçam! Guardar não é bem a palavra que deveria ser usada aqui. As moedas "estacionam" na lata e depois ajudam a comprar algo.
Entretanto veja como um simples ato pode nos submeter a uma experiência (neste caso prazerosa) que dura efêmeros segundos, mas que sacode a gente com uma força tremenda, e traz sentimentos tão fortes que as "marcas" deste evento vão perdurando horas. A chuva vai, a chuva vem, porém esta sensação gostosa ainda não abandonou meu corpo!