segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Diário de Um Louco Com Amnésia

Em meados da década de 1980 eu me auto referia como "louco". E criei uma atmosfera de loucura para tudo que fazia e dizia. Achava que a loucura tinha seu lado positivo pois sempre ela sempre foi contraposta a realidade. É desta época minha primeira canção Os loucos inventaram o amor.

Minha identificação com a "loucura" se manifestava em pequenos escritos, na admiração do personagem Louco de Maurício de Sousa, e de minha admiração ainda maior para com o Coringa. Cheguei a mandar mensagens, se não estou enganado, de fim de ano através da entidade L.O.U.C.A - Loucos Unidos Conservando as Amizades.
Louco - personagem de Maurício de Sousa
Loucura era ter amigos, pensar no próximo, era não usar drogas, enfim ter atitudes e promover ideais que não estavam presentes ou eram minoritários em nossa sociedade. Pensar contra o sistema era loucura!

Seria esta postura uma forma de demonstrar minha rebeldia contra tudo que me cercava? Sim, agora enxergo desta forma. Todos jovens tem atitudes de rebeldia. Hoje me sinto domesticado. O sistema e suas recompensas consumistas parecem vencedores em um mundo fadado à escravidão.

Estou angustiado entre este mundo de recompensas consumistas, onde tudo se resolve no supermercado, e a alternativa capenga calcada em discursos que desacredito cada vez mais. Cabe ressaltar que a angústia provém da inconscistência da resposta alternativa ao mundo que nos cerca, e da impossibilidade de defender um mundo diferente.

Alguns desafiam as leis da Física e conseguem estar dos dois lados ao mesmo tempo, mas logo eu que sempre fui melhor em Humanas não tenho tanta intimidade assim para desafia-la.


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