segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Adeus ao Tio Geraldo

Há alguns minutos, eu, meu pai, minha mãe, e mais dois irmãos voltamos do enterro do tio Geraldo. Meu tio por parte de mãe me fez chorar, solidarizar-se com meus primos e refletir sobre a finitude de nossos entes queridos. Uma segunda-feira que ficará guardada na lembrança.

Meu tio Geraldo era muito inteligente. As poucas vezes que conversei com ele tive essa convicção sobre sua personalidade. Era ligado em temas atuais e discutia-os com uma argumentação acima da média. Levantava questões que acima da habitual superficialidade.

Nunca gostei desses dias fúnebres. Acho que na verdade tentamos evitar refletir os seus significados e também nunca consegui me colocar ou dizer algo sobre a morte. Nenhuma palavra consola a ausência de um ente querido. E na minha condição de ateu tudo se complica. Não posso repetir os chavões e as frases mais comuns dos velórios.

Me senti particularmente abalado pois olhava meus pais e me vinha o inevitável pensamento que seríamos os próximos a protagonizar a cena de um velório. Sei que minha mãe é forte, que meu pai é duro na queda, mas isto um dia irá acontecer. A ideia de não ter meus pais por perto me amedrontou, não conseguia tirar isto da cabeça.

Na volta passamos na casa da tia Altina, tudo arrumadinho uma beleza. Porém lá no móvel da sala as fotos da família também me lembraram o enterro do tio Antônio, também irmão da minha mãe. Como é ruim rever parentes em momentos como este.

E revivendo este dia ainda sou tomado pela emoção de saber, que apesar doas boas lembranças, não terei mais conversar inteligentes com o tio Geraldo.   


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