sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alguns Pensamentos Vespertinos

Ainda a pouco assisti BBC - Human All Too Human - Sartre e sempre me ocorre aqueles insights, porém não sei se é a fome, mas o rabisco do meu pensamento parece um borrão. Vou tentar redesenhar o que ficou de imagem quem sabe em outra postagem.

O único pensamento que vem a mente no momento se refere as cenas do Maio Francês e das declarações dos entrevistados. Da ingenuidade, e ao mesmo tempo da beleza da rebelião estudantil. Não que a violência seja bela, mas há que se viver de sonhos e ao mesmo tempo não se levar muito por eles.

Um assunto que rondou meu mundo nesses últimos meses foi o quão ingênuos éramos nós que na década de 80 (do século passado) achávamos que este país tinha jeito, que democracia iria vencer e que a justiça social abraçaria o Brasil.

Claro que poetizei meus sonhos de juventude, mas era isso mesmo que nós queríamos. Não se trata aqui de arrependimento. Não se trata de desilusão. É autocrítica pura. Quero falar de um certo desencanto. Muitas coisas e pessoas me encantavam naquele momento e agora este sentimento passou.

Fui questionado sobre "Como éramos ingênuos e o que nos fez se iludir com partidos de esquerda e uma possibilidade de mudança social no Brasil pós ditadura de 1964?". A pergunta na verdade era como acreditávamos que o mundo seria melhor, o que dá quase na mesma. Segue minha argumentação:
[...] acredito que a gente vai percebendo mais o mundo com o passar do tempo. E sim, éramos ingênuos, pois muita coisa acontecia enquanto acreditamos que elas iriam mudar. No meu entender a diferença entre nós e os outros, é que eles foram práticos/ "desleais", enquanto tudo acontecia. Ainda não aderi ao mundo real, nem capitulei, mas acredito (pode ser um achismo/defesa psíquica) que agora sou menos ingênuo diante do mundo.
Mas o que me ocorreu agora é que hoje relendo minha resposta é só se pode ter uma visão melhor de mundo se um dia nos propomos a entende-lo. Não que um insight louco não faça você desnudar a realidade. Parece que o conhecimento, entendimento, criticidade diante do mundo só se faz em etapas.

Outra observação que surgiu desta reflexão foi que cada época deve ter os seus ingênuos de plantão. E isso não é uma desculpa... é o próximo assunto a ser descrito aqui.

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